"Engraçado, eu não gosto do meu quarto em si — das
paredes, dos móveis —, mas gosto demais das coisas que
posso ver pela janela. Das coisas que estão fora dele, porque
o que está aqui dentro eu acho muito parecido comigo. E eu
não gosto de mim. Ou gosto? Não sei. Talvez pareça não
gostar justamente porque gosto muito, e então exijo demais
do meu corpo, e as coisas erradas que ele faz — são tantas! —
me fazem detestá-lo. A gente sempre exige mais das pessoas
e das coisas que quer bem, as que queremos mal ou
simplesmente não queremos, nos são indiferentes." —